Na verdade gostaria de descrever todas as cenas do filme, pois quase todas merecem um olhar atento. Lourenço, Shelton Mello, um comerciante de mercadorias usadas vive intensamente as maluquices e sentimentos provocados pelo sua própria condição vendedor inserido em uma sociedade capitalista periférica chamada Brasil. Suas relações comerciais estrapolam o limite da frieza capitalista e ao mesmo tempo se baseia nessa própria falta de sentimento pelo outro. Paradoxal? Imagina. Pra mim, ele é uma síntese das contradições e emoções dessa sociedade que tudo é mercadoria e tudo tem sentimentos contraditórios, a cena que melhor expressa essa situação é a "caixinha de música". Genial! Suas obsessões se traduzem em atitudes ora engraçadas, ora geniais, ora estúpidas. A construção de significados em volta do "olho" refletem sua própria condição de sujeito e objeto da história. A necessidade da "bunda" traduz a sexualidade mercadológica da atual cultura brasileira. E sua neurose pelo "cheiro do ralo" sintetizam todos esses elementos de forma ambígua. Um ótimo filme essencialmente brasileiro.
Site Oficial: O cheiro do ralo
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