9/13/2006

O poderoso chefão - Parte I


Dar apenas meu juízo de valor é inútil e mesquinho perante a complexidade e riqueza de sentimentos que o filme provoca. No entanto, não vou me aventurar a falar com conhecimento de causa sobre o filme, pois este não é o meu principal objetivo, também não teria competência para tal e com certeza ficaria superficial diante de tantos artigos e críticas que foram produzidas nos últimos 30 anos, depois que Coppola presenteou o mundo com sua obra de arte. Apenas gostaria de descrevê-lo na perspectiva de um admirador da sétima arte.
Dinheiro, honra, tradição, corrupção, vingança, violência e poder. Estes são alguns temas que Francis Ford Coppola trabalha com inteligência, competência e talento no épico, majestoso e clássico O poderoso Chefão. Um enredo complexo que mostra por dentro as tramas, os jogos de poder, as mentiras e a valorização da tradição familiar na Máfia Italiana dos anos 40, nos Estados Unidos.
Desde logo, o casamento da filha do Don Corleone já nos mostra que as relações de apadrinhamento não é mero pano de fundo da máfia, mas sua principal marca e centro organizativo. O dinheiro, embora importante nas relações de poder, é quase que insignificante perante os valores de lealdade e laços de parentescos, entre outros. O que provoca um choque cultural entre os valores norte-americanos e sicilianos, base étnica da família do Don Corleone. Este campo semântico é brilhantemente manifestado na primeira cena do filme em que o agente funerário oferece dinheiro para que o poderoso chefão vingue a dor de sua filha, injustiçada perante a lei americana. Esta cena já estabelece o tom que se seguirá o desenrolar dos acontecimentos no filme.
Uma cena que me envolveu de tal forma que meu coração acelerou e torci pelo anti-herói, foi o momento em que o filho Mike mata o traficante, mandante do atentado contra seu pai, e o policial corrupto. Um momento emocionante e uma reviravolta decisiva na seqüência dos fatos, pois a partir desse momento fica selado o novo chefão. Infelizmente, ainda não assisti a parte II, mas isto não é um problema, apenas uma situação que se resolverá semana que vem... até mais.

1 comment:

Paulis said...

"Uma cena que me envolveu de tal forma que meu coração acelerou e torci pelo anti-herói(...)" A frase que mais apreciei em seu comentário... Do mais só posso dizer que fiquei curiosa para ver o filme... Beijos