9/23/2006

Quero ser John Malkovich


Todo mundo terá seus quinze minutos de fama, mas depois deles o que acontecerá? Alguém já pensou nisso? De forma exótica e original o filme Quero ser John Malkovith nos apresenta algumas indicações sobre este estranho universo chamado fama. Craig, um titereiro desempregado, encontra trabalho em uma empresa no 7 ½ andar. Um dia encontra um portal atrás de um arquivo que leva as pessoas dentro da mente de John Malkovitch. Junto com sua colega, Maxine, interpretada por Cameron Dias, que aliás está irreconhecível, começam a fazer do portal um negócio rentável. O negócio dá certo porque a fila de pessoas comuns que querem ser famosas é grande e pagam U$ 200 para experimentar esse prazer por quinze minutos. A questão é que logo após eles são jogados na lama beira estrada. O fato é que as pessoas percebem o quanto é bom ser famoso, pois tudo é mais fácil. E Craig não foge a esta regra. Como era um profissional que manipulava bonecos, ele começa a manipular a mente de Malkovith e apresentar seus trabalhos de titereiro e todos dão crédito aos seus projetos que antes de nada serviam.
Um roteiro extremamente original com reviravoltas impressionantes, metáforas bem elaboradas e uma história nada convencional. Você fica com a impressão ou de ter assistido uma obra de arte, ou uma porcaria, ou ambos. Uma frase que Adorno disse encaixa bem neste filme: “Como seria bonito se, na atual situação, fosse possível afirmar que os filmes seriam tanto mais obras de arte quanto menos eles aparecessem como obras de arte”.
Um dos momentos mais excitantes é quando o próprio Malkovith entra dentro de sua própria mente. Nem Freud conseguiria explicar a dimensão da cena!
Uma crítica bem construída sobre o moderno mundo da fama e do individualismo que se consolida cada vez mais em nossa sociedade, Quero Ser John Malkovith sem dúvida nenhuma é uma obra de arte que marca a vida de qualquer amante da sétima arte.

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